XI Encontro de Cultura de Raiz Lapinha Museu Vivo


O XI Encontro de Cultura de Raiz Lapinha Museu Vivo reverencia os guardiões das tradições ancestrais afrobrasileiras. Entre os dias 30 e 31 de maio e 1 de junho de 2014, o evento reunirá, na cidade de Lagoa Santa, MG, e na Gruta da Lapinha, diversos mestres e grupos das mais variadas expressões culturais de matriz africana, como a Capoeira Angola, o Congado, o Tambor de Crioula, o Samba, o Boi da Manta, o Candombe e a Dança Afro. A proposta é reunir uma diversidade de manifestações e saberes, resgatados por comunidades e atores sociais da cultura de raiz do povo brasileiro.

 

O Lapinha celebra os patrimônios de natureza material que nos circundam - como a água, as montanhas, a gruta, os fósseis - e, ao mesmo tempo, celebra o patrimônio imaterial - como a dança, a capoeira, o congado, o tambor de crioula etc. -, expresso na nossa cultura tradicional de matriz africana. Acreditamos que a cultura de raiz é poderoso recurso para a preservação ambiental, já que está intimamente conectada com a terra e com toda a natureza. Durante o evento, esperamos aprender bastante com os mestres da cultura popular, que cantam o respeito aos animais, sabem entender as plantas e convivem em harmonia com os seres humanos.


A Gruta da Lapinha em Lagoa Santa é um ponto estratégico, confluência de várias cidades em que a ACESA tem núcleos (Belo Horizonte, Santa Luzia, Jaboticatubas, Serra do Cipó). É também, historicamente, rota usada por muitos negros que trabalhavam no meio rural para chegar aos centros urbanos.


Diversas manifestações culturais compõem o Lapinha, são elas:


CAPOEIRA ANGOLA: carro-chefe da ACESA, a capoeira angola preserva a memória de nossos ancestrais africanos através dos cantos, movimentos, ritmos e gestuais. “É mandinga de escravo em ânsia de liberdade”. É luta, dança, jogo, “é tudo o que a boca come”. Pertencemos à linhagem de Mestre Benedito de Angola, estruturada em escola por Mestre Pastinha, que passou a Mestre João Pequeno e Mestre João Grande, que passou a Mestre Morais, que ensinou Mestre Rogério, que ensinaram nosso Mestre João Angoleiro, que já vinha da escola da capoeira de rua de Belo Horizonte, com o Grão Mestre Dunga. “Nossa linhagem é nobre.”
CANDOMBE: Culto em louvor à Nossa Senhora do Rosário, é considerado a mais antiga manifestação afro-mineira, “pai do Congado”. Os tambus sagrados tocam na roda e os candombeiros cantam sabedorias milenares, através da linguagem metafórica ensinam como compreender a natureza.

CONGADO: A festa de coroação dos reis negros acontece desde o século XVIII em Minas Gerais, e com suas guardas de Congo e Moçambique louvam Nossa Senhora do Rosário, mãe protetora dos negros, e São Benedito, santo preto cozinheiro milagroso. Com suas caixas, gungas e pantagomes cantam as histórias da travessia atlântica, a saudade da mãe África, a fé dos negros.


TAMBOR DE CRIOULA: Manifestação cultural predominante no Maranhão, os tambores tocam em louvor à São Benedito enquanto as mulheres dançam em roda, cumprimentando-se com a punga  ou umbigada. O Lapinha, há quatro anos, vem contribuindo para a conexão Minas Gerais-Maranhão, trazendo renomados Mestres do Tambor de Crioula para dar oficinas e compartilhar seus saberes. Em 2014, pretende-se trazer o Mestre Wanderley, do quilombo de Itamatatiua, Alcântara.



BOI DA MANTA: Manifestação tradicional de Minas Gerais, ligada ao ciclo do Boi, que historicamente contribuiu para a ocupação territorial de nosso estado já que este foi povoado acompanhando as pastagens livres dos bois pelo rio São Francisco. A Irmandade dos Atores da Pândega apresenta seu lindo cortejo de boi da manta, animando a garotada que corre frenética, tentando escapar das chifradas do boi.

DANÇA-AFRO:  A dança permite expressar sentimentos, emoções, recordar histórias, rememorar fatos marcantes. A dança afro-brasileira conta, com corpos e movimentos, trajetórias de resistência dos negros e seus descendentes, na longa busca por auto-afirmação e liberdade.




AFRICAN BEAT: Trazido à Minas Gerais, com o Mestre senegalês Mamour Ba, que oferece oficinas de canto, dança e ritmos tradicionais africanos, além de preciosos fundamentos da visão de mundo de nossos ancestrais.


SAMBA: A mais difundida manifestação cultural afro-brasileira aparece no Lapinha de forma espontânea e natural. O samba de roda, irmão da capoeira, está presente em todo o final de roda, em que meninos e meninas mostram seu gingado. A velha guarda do samba de BH sempre marca presença, com os renomados Mestre Conga e Donelisa, que cantam suas composições, além de sucessos do samba de raiz e dos sambas de escola.


FONTE: ACESA


PUBLICAÇÃO: 2012-04-03 14:04:23



contatos:

AYLLU MASIKUNAPA

No hay comentarios: